sábado, 6 de julho de 2013

Sobre Ideias

Existem ideias que ficam rondando a mente. Elas não tem forma, cor, palavras ou sons que as exprimam, mas elas existem, ali, em um canto afastado, esperando o momento para sair. Durante esse período de incubação, eu as odeio.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Prólogo


Elian foi tomado pela adrenalina que antecede a batalha. Quando se transformasse me lobo, esse sentimento seria substituído pela urgência da morte, de sentir na boca os ossos do inimigo se partindo, a carne se rasgando e o sangue, quente e confortador, escorrendo por sua garganta.

Infelizmente, não eram inimigos humanos. A menina, havia muito tempo, os proibira de matar seus semelhantes. Sentia falta, é claro, o homem era sua presa mais saborosa (o olhar, a expressão e o cheiro de medo que exalava ante um predador eram inebriantes), mas não iria desobedecê-la, mais importante: não podia desobedecê-la mesmo que desejasse. Ela era uma parte de sua própria alma, sua raça fora concebida para protegê-la.

Tomado pela ternura, olhou para o atual receptáculo da alma que anulava seu livre arbítrio. Como sempre acontecia em momentos assim, Caterina estava séria, perdida em pensamentos, talvez rezando para o Deus de sua cultura, para seu pai imortal ou seu padrinho guerreiro. Aos lados dela, os irmãos da garota tinham expressões parecidas com a dela, sérios e silenciosos, até que Pietro quebrou o silêncio:

- Estão vindo. Preparem-se para atacar ao meu sinal.

- Elian – ele virou os rosto em direção à Caterina e encontrou seus olhos castanhos, sempre tão doces, inexpressivos – se as coisas não saírem conforme o planejado e eu não voltar, agradeça aos outros lobos pelo serviço prestado e lealdade. E obrigada por estar sempre ao meu lado.

Elian somente sorriu. Era sempre o mesmo discurso e ela sempre voltava. Pietro deu o sinal, Elian se transformou. Correndo atrás de sua senhora pensou que nada mais importava. A batalha contra os lacaios de Cronos começara.