quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Como a Aurora Precursora do Farol da Divindade

Essa é a primeira frase do Hino Riograndense, música que a gurizada aprende a cantar ainda no berço. Ontem foi 20 de setembro, dia que marcou o início de uma guerra que perdemos. "Tá, então porque vocês comoraram?" devem perguntar-se brasileiros de outros estados.

Simples, porque o 20 de setembro não representa vitória ou derrota em um guerra por valorização do charque. Povo nenhum pega em armas para lutar por meia dúzia de estancieiros insatisfeitos. O povo pega em armas para lutar por sua casa, por aqueles a quem ama, seus ideais, sua liberdade e seu orgulho.

Para mim, é isso o que o dia representa: orgulho de ter nascido no Rio Grande. De tomar chimarrão num fim de tarde de verão ou inverno, comer bergamota sentada na grama e churrasco no domingo, de cantar "Querência Amada", "Vento Negro" e "Céu, Sul, Terra e Cor". Representa o orgulho de uma cultura que é mantida viva por CTGs, pais e avós e o orgulho de ter nascido em um estado cuja população lutou e se sacrificou por muito tempo para defender as fronteiras sul brasileiras.


Dizem que nós somos bairristas, somos sim e boa parte dos meus amigos diria que antes de ser brasileiro, é gaúcho. O bairrismo é a expressão do amor desmedido que sentimos por esse estado, pelas nossas expressões, pelo que criamos e pelas razões pelas quais um dia lutamos contra o resto do Brasil para sermos um país independente.

Se nosso bairrismo fosse nacional, não apenas estadual, e compartilhado por todos os brasileiros, o Brasil seria um lugar melhor, pois não aceitaríamos ser explorados por políticos corruptos, impostos exorbitantes e bolsas governamentais que deveriam servir de incentivo para que os mais necessitados aprendessem a andar com suas próprias pernas e não para que se tornassem ainda mais acomodados.

Talvez, lentamente, as coisas estejam mudando. Talvez daqui alguns anos, ao invés de arriscar expressões capengas de um idioma que não tem nada a ver conosco, os jovens aprendam a falar e escrever o português corretamente, nós finalmente consigamos reunir a voz necessária para sermos ouvidos, não apenas através de manifestações no feriado de Independência, mas indo as ruas diariamente, como um dia em um passado não muito distante, aconteceu.

Espero que a revolução comece aqui, pois temos marcado em nossa história o dia 20 de setembro de 1845 e desde crianças aprendemos que "povo que não tem virtude, acaba por ser escravo".