Já era muito tarde quando resolvi sair pra caminhar. Sempre tive um certo receio com relação a sair andando completamente sozinha e sem rumo à noite pela cidade, mas o céu estava tão estrelado e a lua tão cheia e luminosa que não pude evitar. Minha estranha urgência para sair de casa foi tão grande que lembrei somente de pegar as chaves.
Comecei a perambular, passando por locais que considero especiais, depois meus lugares preferidos, por aqueles que me transmitem tranqüilidade e os que considero divertidos. Fui na casa de amigos mas, por consideração, resolvi não perturbá-los. Também parei no portão dos não tão amigos, porém, por não estar com humor para arranjar briga, fui embora de fininho.
Aos poucos, minha própria história foi se desenhando através de imagens e palavras, lágrimas e risadas, músicas e filmes. Uma verdadeira colcha de retalhos formada por lembranças antigas e recentes.
Foi quando percebi que procurava algo, sem saber exatamente o quê. Ao invés de diminuir, a ansiedade aumentou, comecei a me sentir desesperada. Parecia que o quer que eu tivesse perdido na estrada que venho traçando ao longo de uma vida, era importante. Era algo que deveria permanecer ao meu lado sempre, nos bons e nos maus momentos.
Lágrimas me vieram aos olhos e enquanto a noite parecia se tornar mais fria, enquanto a lua parecia desaparecer e o brilho das estrelas diminuir. O desespero estava se apoderando do meu ser quando comecei a correr. Não conseguia respirar direito e lateral do meu corpo começou a doer. Eu precisava encontrar o que estava faltando!
Quando a frustração por não lembrar se tornou insuportável, eu a vi, sozinha e calada, sentada em um balanço da praça, com a cabeça baixa como se houvesse perdido a fé de que, um dia, eu viria buscá-la.
Ela ergueu a cabeça e nos encaramos. Olhos nos olhos. A surpresa e alegria dela refletidos nos meus e meu choque e alívio nos dela.
- Você voltou! – Ela me disse.
- Não acredito que te encontrei e nem que era você que eu procurava – respondi.
- Já não era sem tempo de você voltar.
A abracei como se minha vida dependesse disso e ela voltou a ser uma parte de mim. A parte que faltava e sem a qual eu não sou completa. A verdade é que, em algum ponto daquele longo caminho, perdi essa pequena parte de mim mesma, que definia muito do meu ser e naquela noite, momentaneamente sombria, voltei a me encontrar.
A lua voltou a aparecer e as estrelas a brilhar. Pela primeira vez em muito tempo voltei a ser feliz de verdade. Enquanto caminhava calmamente para casa, tive certeza de que tudo estava em seu devido lugar e que não havia mais nada a temer.
Comecei a perambular, passando por locais que considero especiais, depois meus lugares preferidos, por aqueles que me transmitem tranqüilidade e os que considero divertidos. Fui na casa de amigos mas, por consideração, resolvi não perturbá-los. Também parei no portão dos não tão amigos, porém, por não estar com humor para arranjar briga, fui embora de fininho.
Aos poucos, minha própria história foi se desenhando através de imagens e palavras, lágrimas e risadas, músicas e filmes. Uma verdadeira colcha de retalhos formada por lembranças antigas e recentes.
Foi quando percebi que procurava algo, sem saber exatamente o quê. Ao invés de diminuir, a ansiedade aumentou, comecei a me sentir desesperada. Parecia que o quer que eu tivesse perdido na estrada que venho traçando ao longo de uma vida, era importante. Era algo que deveria permanecer ao meu lado sempre, nos bons e nos maus momentos.
Lágrimas me vieram aos olhos e enquanto a noite parecia se tornar mais fria, enquanto a lua parecia desaparecer e o brilho das estrelas diminuir. O desespero estava se apoderando do meu ser quando comecei a correr. Não conseguia respirar direito e lateral do meu corpo começou a doer. Eu precisava encontrar o que estava faltando!
Quando a frustração por não lembrar se tornou insuportável, eu a vi, sozinha e calada, sentada em um balanço da praça, com a cabeça baixa como se houvesse perdido a fé de que, um dia, eu viria buscá-la.
Ela ergueu a cabeça e nos encaramos. Olhos nos olhos. A surpresa e alegria dela refletidos nos meus e meu choque e alívio nos dela.
- Você voltou! – Ela me disse.
- Não acredito que te encontrei e nem que era você que eu procurava – respondi.
- Já não era sem tempo de você voltar.
A abracei como se minha vida dependesse disso e ela voltou a ser uma parte de mim. A parte que faltava e sem a qual eu não sou completa. A verdade é que, em algum ponto daquele longo caminho, perdi essa pequena parte de mim mesma, que definia muito do meu ser e naquela noite, momentaneamente sombria, voltei a me encontrar.
A lua voltou a aparecer e as estrelas a brilhar. Pela primeira vez em muito tempo voltei a ser feliz de verdade. Enquanto caminhava calmamente para casa, tive certeza de que tudo estava em seu devido lugar e que não havia mais nada a temer.
Acho que preciso de uma caminhada destas pra me encontrar tbém. Ando um pandemônio ambulante. =/
ResponderExcluirA minha foi metafórica, ams todo mundo deveria dar uma dessas de vez em quando ;)
ResponderExcluirMuito bonita a historia... foi você mesma que escreveu? ^^ legal pacas...
ResponderExcluirSim, por mais incrível que possa parecer, a história é de autoria minha =)
ResponderExcluirQue bom que gostou ^^
Saudades das minhas caminhadas por Lucas City... ^^
ResponderExcluirVc escreve muito bem, Fer! Não conhecia esse teu lado.
Interessante srta. Muito bem escrito.
ResponderExcluirObrigada sr. Rocha!! Muito gentil da sua parte me elogiar publicamente.
ResponderExcluirPasso sim Renata =)
ai dona moça... em metáforas encontrou a mulher em ti perdida entre medos e receios... as máscaras que criamos para nos proteger e ao mesmo tempo fazer parte do mundo quase sempre se fundem com nossa pele... a ponto de não mais as reconhecermos como máscaras... algumas de transformam em amadurecimento... outras em muro. Mas aquele que constrói o muro é o único que possui também as picaretas. Abre a caixa de pandora garota...
ResponderExcluirOi srta. dona Pri!!! Pegar a picareta é difícil pois significa quebrar as defesas que construímos para nos defender de nós mesmos e do mundo. Abrir a caixa de Pandora também é tenso pois não se sabe o que pode sair dela, se todos os males do mundo ou todos os bons sentimentos. Mas as vezes é preciso arriscar, não é mesmo?!
ResponderExcluirBeijão gatona e obrigada pelo comentário ;*